Teresina, cidade que me viu nascer e crescer, é mais do que um local no mapa para mim; é o pulsar de sentimentos, é o amor que carrego no peito, mas também a tristeza que me envolve ao testemunhar sua metamorfose, transformando-se diante dos meus olhos. 603sf

Amo Teresina com a intensidade que só quem a conhece de verdade pode compreender. Recordo-me dos dias em que suas praças eram repletas de cores vivas, refletindo a exuberância da natureza que a cercava. Entretanto, como o próprio rio Parnaíba que a banha, vejo-a se desvanecer em um cenário sem cor e vida.

A violência e a miséria se espalham como sombras sobre as ruas antes iluminadas. A tristeza me invade ao observar escolas públicas, como o caso da Unidade Escolar Maria Ducarmo Reverdosa da Cruz no conjunto Dirceu Arcoverde I, serem fechadas e até demolidas. São lugares que moldam o futuro, mas que, infelizmente, sucumbem à negligência e ao descaso.

Pessoas que, por 21 anos, deveriam contribuir para o desenvolvimento da cidade, acabam por atrapalhar. Vampiros sociais que se alimentam da miséria alheia, sustentando-se da dor e da desigualdade. A última gota de esperança que resistia partiu em 2021, deixando-nos órfãos de perspectivas melhores.

A capital que já foi verde, vibrante e cheia de vida, agora parece perdida em tons acinzentados, sem segurança, sem saúde e sem educação. A população, muitas vezes, não percebe o mal que faz a si mesma ao não enxergar a beleza do azul do céu, substituído pelo vermelho que mancha as ruas com o sangue do nosso povo.

Nada de "NOVO" se desenha no horizonte, apenas a repetição cruel dos índices de pobreza e analfabetismo. Teresina, minha amada, pede socorro, e é urgente que seu povo abra os olhos. Na hora de votar, é preciso discernir entre o azul que representa esperança e o vermelho que simboliza o caos. Que o amor por nossa cidade prevaleça sobre a indiferença, porque só assim poderemos resgatar a Teresina que um dia foi, colorida e cheia de vida.

Zezo Freittas