Na próxima terça feira, 17 de junho, das 8h30 às 19h, os trabalhadores em educação do Piauí irão às urnas para escolher a nova diretoria estadual e as direções de 27 regionais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Estado do Piauí (SINTE-PI). Considerado o maior sindicato do estado, o SINTE-PI vive um momento decisivo e inédito em sua história recente: a possibilidade real de mudança na sua direção estadual, após 56 anos de hegemonia do mesmo grupo político. 13574v

Três chapas na disputa 2h667

A eleição conta com três chapas concorrendo à diretoria estadual. A Chapa 1, liderada pela atual presidenta professora Paulina, busca a reeleição para um terceiro mandato consecutivo. Representando a continuidade da atual gestão, a chapa mantém o mesmo grupo que tem controlado o sindicato por mais de cinco décadas, sem apresentar mudanças significativas na sua composição ou nas propostas.

Já a Chapa 2 é encabeçada pelo professor João Correia, mestre em Educação, ambientalista e militante de movimentos sociais. A candidatura tem despertado atenção por sua proposta de renovação e pela forma como estruturou sua chapa: cada membro foi escolhido com base em suas formações e habilidades específicas, o que tem conferido um perfil técnico e profissionalizado à equipe. O grupo tem forte apoio da base da categoria e aposta na pluralidade de saberes dos trabalhadores da educação como força motriz para a mudança.

A Chapa 3, por sua vez, tem como candidato o sindicalista Sinésio, conhecido por sua longa atuação à frente do movimento do SINDSERM em Teresina. Com um discurso mais agressivo, a chapa já sinalizou a possibilidade de convocar uma greve geral em caso de vitória, demonstrando uma postura cradical diante dos desafios enfrentados pela categoria.

Clima de mudança e denúncias de irregularidades 2g3h2x

Entre as três candidaturas, a que mais tem gerado expectativa de mudança é a Chapa 2, que, apesar das dificuldades financeiras, vem mobilizando apoiadores em várias regiões do estado. Sem recursos expressivos, seus membros estão realizando vaquinhas e doações pessoais para custear a campanha, em contraste com as demais chapas, que aparentemente contam com estruturas e financiamentos mais robustos, oriundos dos próprios sindicatos SINTE-PI e SINDSERM.

O clima de disputa acirrada também trouxe à tona preocupações com a lisura do processo eleitoral. Um áudio que circula nas redes sociais, atribuído à presidenta da comissão eleitoral do município de Floriano, mostra um suposto pedido de votos para a Chapa 1, o que gerou desconfiança entre os eleitores e levantou suspeitas sobre a isenção da comissão responsável pela condução da eleição.

Um divisor de águas no sindicalismo piauiense 4uf4z

O processo eleitoral do SINTE-PI em 2025 pode marcar um divisor de águas no sindicalismo piauiense. Pela primeira vez, uma chapa de oposição ameaça de fato o controle histórico de um grupo que permaneceu por décadas à frente da entidade. Para muitos trabalhadores da educação, este não é apenas um momento de decisão istrativa, mas a oportunidade de reavaliar o rumo da luta sindical no estado.

A expectativa é que a votação ocorra de forma tranquila, transparente e democrática, respeitando a diversidade de ideias e garantindo que a voz da base sindical seja realmente ouvida. A categoria aguarda com atenção os desdobramentos do pleito e o anúncio do novo grupo que irá conduzir os rumos do SINTE-PI pelos próximos anos.

Sterphanne Freitas