"Um Dia na Vida de um Professor: O Caos e o Absurdo na Educação Pública" 3r4t35
Era mais um dia daqueles no cenário da educação pública estadual no Piauí. O professor, motivado e determinado, chegou ao local de trabalho bem antes do horário, disposto a dar o seu melhor, mesmo após ter recebido o horário das aulas apenas na noite anterior, pois agora os horários das aulas são alterados todos os dias e colocado para os professores em um grupo de whatsapp, a postagem pode acontecer a qualquer horário inclusive na manã em que as aulas ocorrem, implossibilitando o planejamento . O comprometimento do professor era inegável. 1ya2x
Com aulas preparadas para a terceira série, segunda série e primeira série, o professor ansiosamente se dirigiu à escola. Ao chegar lá, porém, a cena que se desenhou diante de seus olhos estava longe do que ele imaginava. Uma sala dos professores suja e empoeirada, com apenas uma zeladora presente na escola, naquele horário, incansável iniciando suas atividades, e um auxiliar istrativo solitário esperando as 7h para tocar a campainha de início das aulas.
Apenas cinco alunos aguardavam, e o tempo parecia ar lentamente. Atrasos e interrupções eram a ordem do dia. A campainha tocou, indicando o início das aulas. O professor se dirigiu ao o às dependências da escola, mas não encontrou nenhum aluno. A sala da diretoria permanecia fechada, e ninguém parecia ter chegado. Gradualmente, alguns alunos apareceram após as 7h, mas o início das aulas estava longe de ser suave.
Quando o professor finalmente entrou na sala da terceira série, encontrou apenas quatro alunos, dois dos quais eram surdos e que já estavam acompanhados pela interprete de libras. Eles tentaram começar a aula, mas a entrada contínua de alunos prejudicava totalmente o andamento da mesma. Para tentar atrair a atenção dos alunos, o professor fechou a porta da sala, mas as batidas insistentes não demoraram a soar novamente. Desta vez, eram dois funcionários contratados, querendo pegar uma lista de alunos, o que levou quase meia hora, segundo eles eram determinanção do diretor que hoje como por milagre tinha chegado a escola antes das 8h.
O primeiro horário foi perdido, e o professor tentou continuar a aula já a partir do segundo horário, mas foi novamente interrompido, desta vez pela coordenadora pedagógica que desejava contar os alunos e o professor informou que naquele mommento tinham dezenove alunos presentes, mas aí o recreio já havia chegado. Após o recreio, a próxima aula seria para os alunos da segunda série, e o professor se encheu de esperança. No entanto, um barulho ensurdecedor proveniente de uma reforma que se arrastava por anos do lado da sala de aula tornou impossível dar aulas. O professor pediu educadamente que diminuíssem o barulho, mas a resposta que obteve foi uma mistura de desdém e deboche: "Estamos trabalhando".
Nesse momento, o professor se questionou por que estava ali. Ele havia saído de casa às 6h da manhã, chegado à escola às 7h40, tentado ministrar aulas apesar das interrupções e do barulho da obra. O quarto horário chegou, com duas aulas na primeira série, e o professor manteve a esperança de dar aulas finalmente. Com o barulho da obra diminuindo um pouco, a aula começou a fluir. O professor estava feliz, mas não por muito tempo.
A porta se abriu, e o diretor apareceu para convocar a intérprete da primeira série para uma reunião. Ela saiu, deixando os alunos surdos sem assistência. Pouco tempo depois, outra interrupção: uma senhora que o professor nunca tinha visto antes apareceu para informar os alunos sobre uma atividade que iria acontecer e novamente atrapalham a aula do professor. Atordoado pela falta de respeito pelo processo de ensino e aprendizagem, o professor não permitiu que ela entrasse na sala.
Ao meio-dia, a campainha tocou, encerrando um dia repleto de interrupções e desafios. O professor se sentiu frustrado, pois nada do que deveria ter sido ensinado havia ocorrido, devido às constantes perturbações. Ele sabia que essa era uma das razões para a escola ter tão poucos alunos. Era uma triste realidade, um reflexo do descaso com a educação pública estadual no Piauí, onde os professores lutavam para fazer o seu trabalho, apesar das inúmeras interferências da gestão, que deveria ser um apoio, mas frequentemente era um obstáculo. E assim, mais um dia na vida de um professor dedicado se desenrolou, cheio de humor negro e uma dose de cinismo para sobreviver às adversidades do sistema educacional no Piauí.
Redação
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